sua relação afetiva com Araripina, sua terra natal, é manifestada desde a introdução – duas palavras – na qual esclarece: “trago no peito guardadas, recordações de outrora”. Sua história de Araripina combina, no entanto, a precisão do historiador com a trama que só aqueles que vivem intensamente sua terra são capazes de descortinar. Com história municipal pode-se afirmar que é das mais completas. A partir da busca de entendimento das origens sociais do povoamento, são paulatinamente apresentados a evolução política, social, econômica e religiosa dos habitantes da antiga Fazenda São Gonçalo. E ao tratar de evolução social não esquece aspectos como o ensino, o folclore, os tipos populares tão marcantes da nossa ruralidade, mas tão específicos, no detalhe, a cada rincão. É essa trama social , os fatos apresentados em sua plenitude em contraste com apenas registros físicos e cronológico, que marcam a história quase poética, a história viva que Francisco Arraes nos lega.
Francisco Muniz Arraes, foi juiz de Direito no Recife, onde formou-se em 1963, nasceu em Araripina em 08 de agosto de 1935. Ingressou no Seminário de Pesqueira, aos 12 anos de idade, estudando posteriormente, no Seminário do Crato, Ceará, no histórico Seminário Maior de Olinda. Prematuramente desaparecido, Francisco Muniz Arraes, encontrou-se em pleno amadurecimento de sua vocação de historiador e memorialista. Os contatos com o Centro de Estudos de História Municipal, vinham de permitir-lhe buscas as fontes, redescobrir fatos que embasavam e corrigiam a tradição oral que guardou de menino e ouviu dos mais velhos. Reescreveu diversos capítulos, notadamente os primeiros sobre a evolução histórica, a ocupação da terra, os primeiros habitantes, à luz da rica documentação de registros da terra. Fazia história quando-fez a história.
Yoni Sampaio
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